Desde sua fundação, em 02/02/1998, o Programa Providência permanece com o entendimento de que o microcrédito produtivo orientado é instrumento valioso no processo de valorização humana e de ascensão social, uma vez que destina-se ao desenvolvimento de atividades econômicas que promovem a ocupação da mão de obra e à elevação da renda familiar dos extratos populacionais mais carentes.
Ademais, reconhecemos que o mecanismo tem como princípio o fomento à capacitação permanente de seus beneficiários, por reconhecê-la como meio indispensável à sobrevivência e ao crescimento de qualquer empreendimento, seja ele de micro, médio ou grande porte, dada a extrema rapidez e intensidade da tecnologia, bem assim a necessidade de se produzir bens e serviços em quantidade e qualidade requeridas pela demanda crescente da população, em todos os seus níveis.
Na mesma linha de pensamento, entendemos que o crédito grupal (até cinco participantes), com a disseminação da garantia do aval solidário, é o modelo ideal para esse tipo de financiamento. No entanto, não se pode desprezar o modelo do crédito individual, com a exigência de aval de terceiros, por conta da dificuldade factual de se encontrar e confiar em outras pessoas, principalmente em comunidades em formação, onde é grande a migração dos seus habitantes.
em comunidades em formação, onde é grande a migração dos seus habitantes.
De igual importância para a obtenção de sucesso na utilização desse mecanismo de financiamento é o envolvimento e comprometimento dos agentes de desenvolvimento com o interessado, com a comunidade e com a instituição financiadora, sem o que podem comprometer todos seus objetivos, à luz das seguintes considerações:
– indispensável saber, por exemplo, da história e do nível de conhecimento do tomador sobre: atividade a desenvolver, mercados fornecedores e compradores, concorrentes, estratégia de formação de preços, potencial empreendedor, finanças (registro, controle, acompanhamento e avaliação de resultados), expectativa sobre o nível de receitas e de despesas para determinado período, a fim de se dispor de elementos capazes de avaliar a capacidade de pagamento do negócio a ser financiado;
– fundamental conhecer a estrutura socioeconômica local, envolvendo, por exemplo, o tamanho territorial e populacional, potencial econômico, meios de mobilidade, nível de renda local, práticas comerciais, disponibilidade e carência de serviços. Enfim, de todas as informações que possam dar suporte mínimo para se avaliar o impacto da ação sobre a comunidade;
– o Programa Providência como entidade financiadora, atuante apenas com o instrumento do microcrédito produtivo orientado, dirigido exclusivamente aos empreendedores que estão à margem do mercado financeiro tradicional e, por isso mesmo, situados nos mais baixos extratos de renda, precisa ter assegurado o retorno dos capitais emprestados, para fazê-los circular e atender o maior número possível de empreendimentos e, também, manter-se em equilíbrio financeiro e continuar sua ação, que não se limita a apenas conceder crédito, como acima evidenciado.
Sob esses princípios, desde sua fundação, até fevereiro de 2020, foram realizadas 17.611 operações de crédito, que somaram R$ 10.175.355,66. Destes, 61,86% foram destinados ao segmento do comércio, 30,41% à prestação de serviços, e 7,73% à produção de bens.
De destacar que 60,98% dos financiamentos foram concedidos a mulheres e 39,02%, a homens, sendo 94% para capital de giro e 6% para investimento.
Foram atendidas as seguintes localidades:
No Estado de Goiás: Águas Lindas de Goiás, Cidade Ocidental, Novo Gama, Cocalzinho, Girassol, Santo Antônio do Descoberto, Valparaíso e Luziânia.
No Distrito Federal: Plano Piloto (Asa Sul), Ceilândia, Vila Estrutural, Gama, Guará, Planaltina, Itapuã, Riacho Fundo, Recanto das Emas, Samambaia, Santa Maria, São Sebastião, Guará, Paranoá, Sobradinho, Taguatinga e Sol Nascente.